Em 2014, deu-se início à campanha conhecida como “Fevereiro Roxo e Laranja”, que tem como objetivo a conscientização e combate ao lúpus, fibromialgia e doença de Alzheimer. Por mais que essas doenças não possuam similaridade quanto aos sintomas causados, é possível observar duas características em comum: a primeira, é o fato de nenhuma delas possuírem cura e a segunda, a incidência de seus casos serem maiores em pacientes do sexo feminino, como é possível observar abaixo:
Lúpus: de acordo com dados, estimam-se cerca de 65 mil casos no Brasil, sendo 1 a cada 1700 em mulheres.
Fibromialgia: cerca de 5% da população do sexo feminino está predisposta a desenvolver a doença na fase adulta.
Doença de Alzheimer: de acordo com o ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer), mulheres possuem maiores chances de desenvolver a doença devido à maior expectativa de vida.
Doença de Alzheimer: diagnóstico e fatores de risco
A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pelo comprometimento neurocognitivo, que causa sintomas como perda de memória e, em casos mais graves, agressividade. A doença pode ser classificada em 4 estágios diferentes, sendo eles:
Estágio 1: comprometimento na memória e personalidade do paciente.
Estágio 2: dificuldade para executar tarefas simples, falar, agitação e dificuldade para dormir.
Estágio 3: negação para realização de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, deficiência motora progressiva.
Estágio 4: caracterizado como o estágio terminal, onde o paciente passa por restrições, mutismo e infecções recorrentes.
Considerada como uma das doenças neurológicas que mais afeta a população, há uma estimativa de que mais de 35,6 milhões de pessoas ao redor do mundo tenham o diagnóstico da doença. De acordo com a ABRAz, existem diversos fatores que tendem a influenciar no seu desenvolvimento, como:
– Idade: estudos afirmam que após os 65 anos, a probabilidade de desenvolvimento da doença tende a dobrar a cada 5 anos.
– Genética: por mais que seja raro, cerca de 10% dos casos de Alzheimer tem como gatilho sua herança de material genético.
– Doenças Crônicas Não Transmissíveis: o diagnóstico dessas doenças é responsável por inflamações crônicas em nosso organismo, aumentando a probabilidade de desenvolvimento.
– Sedentarismo: o sedentarismo causa o aumento de radicais livres em nosso organismo e, consequentemente, pelo estresse oxidativo.
Nutrição como prevenção e tratamento de DA
Uma das melhores formas para prevenir e aliviar os sintomas causados pela doença é adaptando a alimentação do paciente para um padrão plant-based, rico em vitaminas e minerais, além de orientá-lo a manter um estilo de vida fisicamente ativo e com tarefas que estimulem a atividade cerebral.
De acordo com um estudo publicado recentemente (WOLTERS et al., 2020), esses tipos de orientações foram capazes de diminuir em até 16% a incidência de casos nos últimos anos.
Nutrientes como ômega-3, coenzima Q10, vitaminas do complexo B e vitamina D possuem uma potente ação antioxidante, que garantem a proteção e desenvolvimento neurocognitivo saudáveis, sendo grandes aliados da prevenção e tratamento contra os sintomas causados pela doença. Além disso, o consumo de fibras tem sido apontado como outro grande aliado, tendo em vista os benefícios que a mesma é capaz de proporcionar para o funcionamento e composição da microbiota intestinal – que atua na proteção e reparação dos danos causados pelo estresse oxidativo.
Referências:
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