O cenário do consumo de vinho no Brasil
Estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br, que reuniu dados da Abras, Ideal e Statista sobre o consumo de vinho no Brasil e no mundo e trouxe um dado histórico: neste último ano de pandemia foi consumido, em média, 2,78 litros de vinho per capita, representando um aumento de mais de 30%: contra 383 milhões no ano anterior, o consumo total em 2020 foi de 501 milhões de litros.
Do total de 83 milhões de consumidores de vinho no Brasil, 46% tomam vinho pelo menos uma vez por semana, enquanto que 53% pelo menos uma vez por mês. Ainda, cerca de 59% dos consumidores de vinhos no país tem mais de 35 anos e 30% dos consumidores desta bebida, utilizam os canais digitais para comprar vinhos.
Com 55% de preferência, o vinho tinto é o preferido dos brasileiros, ficando o vinho branco em segundo lugar e por fim, o vinho rosé. Segundo a pesquisa, dos brasileiros que consomem a bebida, 69% do total é nacional, contra 31% importado, sendo que dos provenientes de outros países, mais de 42% é do Chile.
Mas e a saúde?
A literatura científica recente demonstra benefícios do consumo do vinho, com moderação: favorecendo a saúde de forma geral, o consumo moderado foi estudado durante a última década, primeiro em estudos observacionais e, mais recentemente, em ambientes experimentais e estudos controlados randomizados, sendo que as vias biológicas sugeridas para esses efeitos positivos incluem ações antioxidante, anti-inflamatória e reguladores de lipídios, principalmente devido a alta concentração de polifenóis, inclusive o resveratrol.
Um estudo recente conduzido por Domínguez-López et al. (2021) correlacionou o ácido tartárico urinário, um biomarcador da ingestão de vinho, com diferentes parâmetros bioquímicos e de composição corporal em mulheres menopausadas. Os pesquisadores identificaram que o colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) foram inversamente correlacionadas com o ácido tartárico urinário, demonstrando um potencial efeito cardioprotetor do consumo moderado de vinho.
Ainda, estudos reunidos por Snopek et al. (2018) demonstram efeito hipotensores, redução de agregação de glóbulos vermelhos, redução da inflamação e da aterosclerose e melhora do metabolismo lipídico, o estado antioxidante e da função endotelial.
Mas, é importante atenção para a quantidade consumida: segundo a Organização Mundial da Saúde, o consumo máximo de álcool recomendado por semana é de 21 unidades para homens e 14 unidades para mulheres. Cada unidade equivale a 10g de álcool, sendo que 1 cálice de vinho de 90 ml, equivale a 1,1 unidades de álcool. Os estudos avaliaram o consumo baixo a moderado de vinho, sendo que as quantidades iam de 0,1L a 0,150L para mulheres e 0,2L a 0,45L para homens.
Referências:
DOMÍNGUEZ-LÓPEZ I, et al. Urinary Tartaric Acid, a Biomarker of Wine Intake, Correlates with Lower Total and LDL Cholesterol. Nutrients. 2021 Aug 22;13(8):2883.
GOLAN R, GEPNER Y, SHAI I. Wine and Health-New Evidence. Eur J Clin Nutr. 2019 Jul;72(Suppl 1):55-59.
SNOPEK L et al. Contribution of Red Wine Consumption to Human Health Protection. Molecules. 2018;23(7):1684.