Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) declarou em coletiva de imprensa que ainda há tempo para desacelerar a propagação do vírus nas Américas.
Muitos países das Américas estão enfrentando a transmissão comunitária da COVID-19, mas, segundo Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, durante uma coletiva de imprensa realizada dia 31 de março, ainda há tempo para desacelerar a propagação do vírus e reduzir seus impactos nos sistemas de saúde, salvando vidas.
No mesmo dia 31 de março, três meses após a notificação do primeiro caso, na China, mais de 188 mil casos foram confirmados nas Américas, além de mais de 3,5 mil mortes. Considerando o histórico de outras regiões do mundo, a expectativa é de que o número de casos aumente, portanto, “Os países das Américas devem tomar medidas urgentes para preparar hospitais e centros de saúde para o que está por vir: um aumento no fluxo de pacientes com COVID-19 que precisarão de espaço hospitalar, leitos, profissionais de saúde e equipamentos médicos. Esse vírus não foi e não será interrompido pelas fronteiras desenhadas nos mapas”, recomendou Etienne.
Além disso, ressaltou que os países devem, como nunca antes, proteger seus profissionais de saúde. O que inclui treinamento sobre como evitar infecções e acesso a suprimentos e equipamentos de proteção individual adequados, já que estão na linha de frente da pandemia.
Os países também precisam determinar medidas de distanciamento a adotar, como e por quanto tempo. Pois enfatiza que essa é a única maneira de evitar a sobrecarga nos hospitais, com um volume muito maior de pessoas doentes em menos tempo do que são capazes de atender. Baseados nas experiências de outras regiões, é necessário planejar medidas que durem por, pelo menos, dois ou três meses.
A diretora da OPAS apontou ainda que, “Sem evidências sólidas sobre tratamentos eficazes e sem vacinas disponíveis, o isolamento social e outras medidas preventivas fortes continuam sendo nossa melhor aposta para evitar as mais graves consequências da pandemia de COVID-19 em nossa região. Este momento exige uma liderança ousada e compassiva”.
E comentou também que não será um momento fácil, uma vez que se pede que as pessoas se adéquem a uma situação extraordinária que está causando impactos em todos os aspectos de suas vidas. Contudo, enfatiza a gravidade da pandemia e a necessidade de fazer tudo o que estiver ao alcance de todos para mitigar os impactos macro na população.
Etienne declarou solidariedade às Américas e apontou a necessidade dos países em trabalhar em conjunto, partilhando recursos e experiências, tomando decisões em conjunto a fim de acelerar o acesso aos serviços de saúde, promovendo pesquisa e inovação. Alegou que a OPAS continuará facilitando o intercâmbio entre países e trabalhará de forma contínua com os Estados Membros, especialmente aqueles cujos sistemas de saúde são mais fragilizados, no intuito de fortalecer a vigilância e a identificação precoce dos casos, assegurando a preparação dos serviços de saúde.
“A solidariedade em nossa região nunca teve um significado mais profundo do que hoje. A única maneira de sair dessa situação será se todos fizerem sua parte, enquanto apoiamos uns aos outros”, finalizou a diretora da OPAS.
Lembrando que, no Brasil, já houve a convocação para a capacitação de diversas categorias de profissionais da saúde a fim de prepara-los para atuar na contenção do vírus.
Fonte: OMS/OPAS