Higienização de mãos e de materiais de contado é fundamental para combater o avanço do novo coranavírus – COVID-19
As mãos não são as únicas que devem ser higienizadas em dias de pandemia. Segundo um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) é capaz de sobreviver por horas em superfícies e infectar outras pessoas a partir delas.
A pesquisa, publicada no dia 13 de março, é a primeira a calcular o tempo de sobrevida do novo coronavírus fora do corpo humano. Antes, os únicos estudos disponíveis tratavam do Sars-CoV-1, um vírus parente que causou uma epidemia na Ásia nos anos 2000.
Os pesquisadores analisaram o comportamento do vírus em diferentes materiais. O objetivo foi simular situações que poderiam acontecer no cotidiano, um paciente infectado tossindo ou espirrando em cima de objetos da casa ou de um hospital, por exemplo. O vírus, presente nas gotículas de saliva, fica alojado nesses locais e pode infectar a próxima pessoa que ao mínimo descuido tocar o local.
O novo coronavírus pode permanecer em suspensão no ar por até três horas, mas ele sobrevive bem mais em superfícies. O estudo detectou o vírus após quatro horas no cobre e até 24 horas no papelão. Quem vence, no entanto, são as superfícies feitas de plástico e aço inoxidável: o coronavírus sobrevive de dois a três dias nelas.
Veja o tempo de sobrevivência do novo coronavírus em cada material, de acordo com este estudo.
Aço inoxidável: 72 horas
Plástico: 72 horas
Papelão: 24 horas
Cobre: 4 horas
Aerossolizada/ Poeiras: 40 minutos a 2:30 horas
O professor Júlio Borges, do Grupo de Bioquímica e Biofísica de proteína da Universidade de São Paulo(USP) de São Carlos, explica que o tempo de sobrevivência dos vírus é variável e depende do tipo, da superfície e das condições ambientais.
“Quando o vírus é exposto ao ambiente ele sofre desidratação e isto pode ocasionar danos à estrutura das biomoléculas e levá-lo ao desmonte e à sua inviabilidade em infectar as células do hospedeiro”, afirma.
O estudo atenta para a higienização de objetos usados no cotidiano, como o celular, além de evitar tocar em corrimãos, prateleiras e objetos que passam na mão de muitas pessoas (opte pelo cartão de crédito ao invés das cédulas, por exemplo). A pesquisa ainda mostrou que o coronavírus pode ser neutralizado com álcool 62% até 71%.
Além disso, é importante garantir a higienização das mãos, com água e sabão, após sair de casa ou tocar as superfícies compartilhadas. O álcool gel também é uma opção, caso não haja uma torneira por perto. O Ministério da Saúde recomenda lavar as mãos diversas vezes no dia.
Fonte: The New England Journal of Medicine/ G1