Cerca de 60% dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, resulta de uma dieta de má qualidade e esse fator pode estar relacionado à saúde do planeta também.
Um estudo publicado na revista PNAS aponta que os alimentos que causam mais prejuízos à saúde humana, também são aqueles que mais prejudicam a sobrevivência do planeta. A pesquisa analisa 15 alimentos que compõem a dieta diária ocidental e os relaciona às suas respectivas formas de produção – isto é, os recursos hídricos e os produtos químicos implicados, entre outros.
Relacionando esses resultados aos de estudos anteriores sobre os impactos desses mesmos alimentos à saúde, constatou-se que alimentos como frutas, verduras, tubérculos, legumes, azeite de oliva e cereais são alimentos mais saudáveis e geram menores impactos sobre o planeta. Por outro lado, a carne vermelha processada e não processada é um produto de grandes impactos ambientais e à saúde.
Muitas pesquisas chegaram a conclusões semelhantes, porém, essa é a mais rigorosa até o momento, recompilando a quantidade muito maior de dados e avaliando a relação entre a saúde e o meio ambiente. Assim, quanto mais estudos são feitos, maiores serão as chances de impactar as pessoas. A conclusão que se alcançou foi que se o ser humano ocidental continuar se alimentando como agora, ocorrências como aumento das doenças, poluição das águas e das emissões de gases de efeito estufa tendem a aumentar em níveis alarmantes.
O peixe aparece como um dos principais dilemas dessa discussão, pois ao mesmo tempo em que é uma opção saudável para a alimentação, sua pegada ambiental é maior, junto ao frango e aos laticínios, em comparação a uma dieta baseada em vegetais. Os autores do estudo apontam que um produto será considerado benéfico quanto impede o consumidor de comer alimentos mais prejudiciais à sua saúde.
Sendo assim, consumir peixe ao invés de carne vermelha seria melhor tanto para a saúde do indivíduo quanto do planeta. O estudo ressalta ainda que orientar uma dieta global voltada ao aumento do consumo de alimentos mais saudáveis, poderia melhorar também a sustentabilidade ambiental e essa transição ecológica pode ser iniciada quando o consumidor começar a se alimentar melhor e, especialmente, em menor quantidade.
Fonte: El País